IDENTIFICAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS JURÍDICOS NO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

Após muitos anos de trabalho, seu negócio começa a dar resultados positivos: a a lucratividade foi uma das melhores dos últimos anos ou ainda o mercado demanda cada vez mais seus produtos, inclusive com possibilidade de exportação.

Dentre os envolvidos, o sentimento de animação e esperança é presente e constante, inclusive com o planejamento de abertura de novas unidades ou ainda a exploração de outras frentes que foram visualizadas no decorrer do árduo caminho.

A relação com as partes interessadas, ou seja, com todos aqueles que de alguma forma se relacionam com a empresa, como por exemplo: colaboradores, fornecedores, instituições financeiras, órgãos reguladores ou de fiscalização, por exemplo Cetesb, Mapa, Ibama, MPT, vai muito bem, sem qualquer intercorrência.

No entanto, de um instante para outro, aquele ânimo começa a ser diluído com enfrentamento de questões até então não identificadas e sequer consideradas como prováveis de acontecer, dando início a um período em que a incerteza a respeito da solidez do negócio se faz presente cada vez mais.

Os motivos: contratos não cumpridos, reclamações trabalhistas, multas por impostos não recolhidos ou ainda pelo não atendimento das regras ambientais e trabalhistas e ainda por cima, conflitos entre os sócios tendo em vista que uma das proprietárias se separou e o ex-marido exige sua admissão no quadro social da empresa.

Aos poucos o empresário vai se conscientizando que as consequências dos motivos até então não identificados vão segurando a evolução da atividade e começa a entender que não basta ser especialista na atividade principal do negócio, pois as atividades empresariais do Agronegócio, sejam elas desenvolvidas no campo (dentro da porteira) ou nas indústrias (antes ou fora da porteira),  são tão ou mais complexas que as dos demais ramos, especialmente considerando o destaque que recebem nos noticiários, o que gera maior responsabilidade para o setor.

Diante deste cenário, o produtor / empresário se aprofunda no conhecimento sobre gestão de negócios e identifica a necessidade de contar com profissionais especializados em áreas estratégicas como o JURÍDICO (serviço que só pode ser prestado por advogados) para corrigir a rota e efetivamente buscar os objetivos escolhidos.

E para que o negócio se desenvolva de forma sustentável, o empresário passa a ver a necessidade da realização constante da identificação, análise, classificação dos riscos e acima de tudo, dar a eles o tratamento adequado, evitando sofrer as consequências negativas que a ausência de previsão acarreta.

Ou seja, tal como um organismo vivo, estas áreas de apoio à atividade principal devem receber grande atenção, sob pena do produtor rural / empresário da agroindústria ver ruir todo aquele esforço realizado desde o início de sua jornada, pois só conseguimos reconhecer aquilo que já é de nosso conhecimento ou que está no foco de nossa atenção.

Em resumo, o produtor / empresário da agroindústria, além de ser um profundo conhecedor da atividade principal que desenvolve (cultivo de soja, milho, feijão, grama, cana-de-açúcar, laranja, pecuária de corte, pecuária de leite, suinocultura, avicultura, produção e comercialização de fertilizantes, sementes e grãos, armazenamento, transporte, etc) deveria entender de outras áreas como contabilidade, administração financeira e pessoal, e ainda entender os incontáveis dispositivos legais que regram o Agronegócio, missão esta quase impossível de se cumprir sem o auxílio de profissionais.

Tomar decisões de forma qualificada é condição necessária para o crescimento da atividade do produtor / empresário do Agronegócio, que por sua vez poderá fazer a gestão dos riscos (inerente a qualquer atividade empresarial) de forma responsável e direcionada.

Assim, seja para o início de um negócio ou para a profissionalização do já existente, sendo ele realizado no campo ou nas agroindústrias, a estruturação da atividade a partir do acompanhamento de profissionais especializados em cada segmento é condição para que o sucesso sustentável (de longo prazo) seja efetivamente alcançado e todo o esforço seja convertido na concretização dos ideais, próprios de cada um.